Insights da Live: Futuro 4.0 – Gestão, Tecnologia e Controladoria
No último dia 08/07, ocorreu mais um evento do Círculo do Desenvolvimento Empresarial de que a ATLAS participou. Dessa vez, o tema foi Gestão, Tecnologia e Controladoria para o futuro 4.0.
A ATLAS – Inteligência para Gestão foi representada pelo sócio-diretor Raul Groppo, que também nos representou na LIVE da semana passada, quando falamos de Gestão de Caixa em tempos de pandemia.
Além dele, também participaram do bate-papo Pádua Teixeira, presidente da PKT Desenvolvimento Empresarial – idealizadora do Círculo de Desenvolvimento Empresarial – e Luís Roberto Mulla, diretor comercial da TOTVS do interior paulista.
Essa série de lives tem como objetivo trazer conhecimento e conteúdo relevante para aplicação nas empresas de média e pequeno porte, principalmente familiares.
Essa live contou com insights que podem te ajudar a pensar na sua empresa de maneira diferente tendo em vista o futuro que já bate à nossa porta. Veja assista a LIVE na íntegra.
A boa notícia é que, apesar de não podermos prever exatamente esse futuro, podemos tomar medidas de precaução que nos preparam para qualquer cenário. E isso já é sair na frente.
Enfim, continue lendo para ter acesso aos insights. Boa leitura!
Sumário - Leia neste artigo:
O que é gestão 4.0?
Começando a rodada, Pádua começou com a tarefa de explicar o que viria a ser a tal gestão 4.0.
Para ajudar na compreensão, fez uma analogia com o carro UNO, que começou no 1.0, mas depois veio o 1.5, depois o 2.0, e assim por diante. A cada mudança, apesar de ainda ser o carro UNO, estávamos diante de um novo modelo.
A gestão 4.0 é precisamente isso: um novo modelo de gestão que deve ser aplicado hoje e no futuro para que empresários atinjam os melhores resultados.
É claro que, daqui a 5 anos, 2 anos ou mesmos 2 semanas já falemos em uma gestão 5.0, mas o fato é que a situação que temos agora nos permite apenas aplicar e aperfeiçoar a gestão 4.0.
A gestão 4.0 nada mais é do que um conjunto de técnicas, processos e ações que resolvem, em certa medida, os problemas do mercado no momento atual de pandemia.
Isso quer dizer que a gestão 4.0 é um modelo de gestão que já vai pensar em uma maior penetração da tecnologia nas pequenas e médias empresas e em uma nova forma de controladoria.
Pádua chamou atenção ao fato de que agora, mais do que nunca, a comunicação deverá ser a melhor possível. Nesse sentido, emendou uma pergunta para Mulla:
“Quais são as soluções que você vê para a barreira sanitária que se criou? Como a tecnologia pode ajudar as pessoas considerando o Home Office e as comunicações à distância? Tudo isso pressupõe a obtenção e utilização de muita tecnologia.”
O papel da tecnologia
“O mundo vai ser outro, mas as pessoas vão continuar as mesmas.”
Mulla se introduziu no debate já com essa frase sobre a qual podemos fazer muitas reflexões.
A verdade é que, apesar de todo esse distanciamento social, pessoas ainda precisam de pessoas, e a tecnologia só pode suprir isso até certo ponto.
É por isso que as tecnologias a serem implementadas precisam resguardar, o máximo possível, a sensação de as pessoas estarem próximas umas às outras, sem perder de vista o bem-estar da empresa e dos colaboradores.
Mulla, então, citou diversas tecnologias que já vêm sendo implementadas, como o reconhecimento facial, que pode ser usado online para a identificação do ponto.
O próprio Home Office, que foi tão discutido desde a reforma trabalhista, chegou com tudo logo que começou a pandemia e agora ninguém mais discute isso, porque é inevitável.
Outro ponto é a telemedicina. Pessoas deixaram de frequentar os Prontos-Socorros para problemas menos graves e médicos continuaram a atender seus pacientes online, para evitar o contato.
Antes, pessoas enfrentavam filas na escola, no banco, no mercado, na lotérica. Agora isso se chama aglomeração, e não pode mais ser praticado.
É claro que ainda vemos filas por aí, mas a aceleração que houve no mercado de pagamentos que não envolvem o uso da maquininha e podem ser feitos inteiramente online foi realmente assustadora.
Instituições de ensino também tiveram que se reinventar – e rápido! De uma hora para outra, alunos não podiam mais frequentar uma sala de aula. Então, como ficaria a comunicação entre aluno e professor e entre professor e escola? Ou mesmo entre aluno e escola?
Então, tiramos um padrão: cada vez mais os mercados que de alguma forma contribuem para que as pessoas evitem sair de casa e evitem aglomerações ganharão espaço.
Qual será o diferencial de uma empresa no futuro 4.0?
Segundo Pádua, o principal diferencial de uma empresa para enfrentar essa situação é comunicação.
Segundo ele, o investimento nesse ponto deve ser grande, porque colaboradores estarão mais distantes, mas as decisões terão de ser cada vez mais rápidas.
Para tomar decisões rápidas, é necessário ter uma equipe ágil, comunicativa e informada, coisas impossíveis sem uma comunicação trabalhada.
Outro ponto que merece destaque é a conectividade.
Não se pode mais passar 1 minuto sequer desconectado, afinal, isso também faz parte de uma boa comunicação online.
Sem comunicação e conectividade, empresas perderão velocidade.
Segundo Pádua, hoje, velocidade é tudo!
Veja também: Insights da LIVE sobre gestão de caixa em tempos de pandemia
Momento atual da gestão financeira
Quem falou dessa vez foi o nosso sócio-diretor Raul Groppo.
“A gente está no meio de uma crise e é difícil ter dimensão do tamanho ou de quanto tempo vai durar.”
Groppo disse que em todo começo de ano as empresas costumam fazer um planejamento financeiro, assim como a própria ATLAS.
Neste ano, porém, em meados de março, explode uma pandemia e todo aquele planejamento está defasado de um dia para o outro.
E o pior é que não é só a perspectiva orçamentária que muda, mas também a maneira com que você vai atingir os resultados que esperava e que precisa para fechar o ano no azul.
Segundo Groppo, não vale a pena tentar lutar contra esse novo cenário. O caminho é se adaptar com velocidade e assertividade.
Para isso, continua Groppo, temos que reter valores – saldo em caixa e pessoas. Porque é só com pessoas que você consegue reconstruir o que foi perdido e construir o que pode ser almejado.
Mas a questão central levantada por ele é: “será que todo mundo está fazendo o cálculo de quanto eu tenho que vender para cobrir as contas? E, se está fazendo, também está fazendo o cálculo de quanto eu tenho que vender em dezembro para cobrir todas as postergações que estou negociando agora?”
Existe todo um cenário no pós-pandemia, e o povo brasileiro, como um todo, nunca esteve preparado para isso, muito devido à cultura inflacionária: alto estoque e baixa previsibilidade de caixa.
Neste momento, temos que fazer um exercício de projeção.
O déficit primário do governo, de janeiro a maio desse ano, fechou em mais de 200 bilhões negativos. No ano passado, no mesmo período, era de 90 bilhões positivos. Quem é que paga essa conta?
Segundo Groppo, como é de costume, provavelmente será a classe empresarial a responsável por fechar essa conta, seja com impostos, seja com maiores arrecadações.
Groppo termina dizendo que alguns empresários estão começando a se empolgar porque estão conseguindo bons resultados desde o começo da pandemia, mas ele chama a atenção para a realidade e diz que, por mais rápido que seu negócio esteja se recuperando, o momento é de conservar recursos, bem como de focar no desenvolvimento da inovação, comunicação e tecnologia da empresa.
Mais de 81% das pessoas já fazem compras pela Internet
Mulla contou da experiência que teve quando frequentou a maior feira de varejo do mundo, em NY.
Na feira, ele se perguntava quando tudo isso viria para o Brasil.
Não demorou muito, mas, infelizmente, um vírus foi necessário para que essa transformação de 10 anos acontecesse em 2 semanas, e diz que isso está muito ligado à falta de visibilidade de futuro do empresariado brasileiro.
Também relatou que muitas empresas ligam na TOTVS e dizem que precisam mudar o negócio para o digital “para ontem.”
Isso, segundo Mulla, envolve um processo enorme de coisas e, por mais rápido que seja feito, não deixa de ser um processo moroso.
Mulla ainda diz que, por anos, a China foi o país que comprava nossos insumos e matéria prima, e que agora, com o lockdown, tudo isso mudou.
O problema é que a China deixou as empresas mal acostumadas, porque elas não precisaram investir no processo produtivo, na capacitação de novos fornecedores, na tecnologia, na modernização da fábrica e nem na gestão de tudo isso.
Mulla finalizou perguntando ao Pádua qual seria o modelo de gestão que, ao passo que considera a tecnologia, concentra seu olhar no futuro, fazendo adaptações de maneira rápida e controlada no processo de gestão.
98% dos processos da PKT eram presenciais antes da pandemia
A PKT Desenvolvimento Empresarial, empresa da qual Pádua é o presidente, também teve de se reinventar, mas o fizeram de maneira rápida e praticamente “indolor”.
Pádua chamou a atenção para o fato de que, no Brasil, tudo é mais complicado, principalmente para a classe empresarial, que simplesmente não consegue um posicionamento seguro do governo para tomar as suas decisões.
Até hoje, segundo Pádua, não há uma previsibilidade segura de pico da doença. Não foi feito um trabalho de medir os impactos da pandemia e por quanto tempo eles durariam, de forma que o empresariado está sempre sem uma direção.
Por isso, não era possível pensar em um modelo de gestão de longo prazo, já que o longo prazo é incerto demais.
Com isso, a PKT criou, com apoio de parceiros como a TOTVS e ATLAS, um sistema de gestão de execução semanal, mas que também tivesse vistas para o futuro.
O modelo funciona da seguinte forma: em todo começo de semana, um sistema de ações é alimentado e, no final da semana, todas essas ações devem estar já executadas, sem exceção! As ações não podem ser prorrogadas para a semana seguinte. Daí o apelido do programa: gestão SemaNow
A PKT deu início ao modelo e implementaram em empresas parceiras e clientes. O resultado foi fenomenal, justamente porque o cenário da pandemia exigia isso: respostas rápidas, ainda que não tão estruturadas.
Pádua, então, acredita que eles perderam aquele pensamento limitante de que se deve planejar tudo e, só depois de um longo tempo, deve-se começar a colocar em ação. Nesse modelo, segundo Pádua, a execução é de apenas 30 ou 40%.
Porém, com o semanow, todas as tarefas são realizadas até o fim da semana, então a execução é de 100%.
O modelo semanow foi aplicado por 3 meses e surtiu resultados surpreendentes, mas Pádua diz que já era hora de se reinventar de novo, e que precisavam de um plano de transformação.
O esquema da vez era identificar a transformação de que a empresa precisava e fatiar isso em pequenas tarefas a serem executadas durante a semana.
Por tudo isso, Pádua acredita que a gestão vai ser muito mais pontuada, assim como a execução e o planejamento.
As empresas de porte médio, de uma maneira geral, vão precisar de uma gestão de prazo muito mais encurtado, e com foco na execução. Não há mais tempo para planejar em um ritmo e executar em outro: ambos têm que ser rápidos!
Como a gestão financeira pode ajudar empresas a se preparar para o futuro?
Groppo foi acionado para mostrar como uma boa gestão contábil pode ser a chave para empresas saírem na frente, e já abriu com uma piada: “quando passar tudo isso, a gente vai sair com mestrado em gestão de caos.”
Segundo ele, é momento de se reposicionar. Muitos profissionais contábeis se perderam no tempo.
Groppo citou uma pesquisa que mostrou que praticamente 75% dos escritórios de contabilidade não conseguiram vir para o cenário de Home Office. Então, veja o grande atraso que existe na inteligência contábil.
De uma forma ou de outro, a pandemia vem sendo um acelerador e futuro. O custo é alto, mas é inegável que o futuro está cada vez mais imediato.
A importância da gestão contábil é, portanto, trazer a informação de qualidade para construirmos as nossas opiniões sobre bases sólidas e verdadeiras, para que desenvolvamos um plano de ação que corresponda à realidade. Até porque orientação é velocidade.
E quem pode oferecer isso integrando tecnologia, gestão e controladoria é a contabilidade. Segundo Groppo, a contabilidade é o lugar para onde as coisas devem convergir e de onde as coisas devem derivar: nada acontece de maneira eficiente sem uma intervenção contábil.
Isso faz com que tudo seja mais rápido, porque quando temos segurança e confiança nos nossos dados, nas nossas informações e estamos ancorados num método, todas as decisões e estratégias ficam mais fáceis
Ao invés de ficar olhando um relatório e ficar questionando ele, esse mesmo relatório deveria estar online, integrado, e a contabilidade deveria estar dando o devido suporte para a estratégia o mais rápido possível, orientando a tomada de decisão.
Quando falamos de gestão, tudo isso deve estar conectado. A época pede simplificação. Pede poucas informações de alta qualidade.
Tendo essa base, nos sentiremos cada vez mais conectados, com uma comunicação assertiva.
Então, quando se fala de finanças, gestão, estratégia de uma corporação, é aí que está a contabilidade.
Perguntas dos telespectadores
Para finalizar, os telespectadores da live fizeram algumas questões. Duas delas foram respondidas online e vamos mostrá-las, bem como as respostas de cada um dos participantes.
Quando se fala em conectividade, talvez o maior desafio seja o investimento em infraestrutura, pois falta caixa. Como resolver essa equação: Rentabilidade x Caixa?
- Mulla:
A tecnologia traz produtividade. O segredo está em controlar a produção, baixando os custos.
No fim das contas, investir em tecnologia significa reduzir custos e aumentar a rentabilidade e produtividade.
Além disso, é preciso aproveitar o mercado agora, em que as empresas estão desenvolvendo alternativas de crédito e de geração de caixa, coisas que, no futuro, ficarão mais caras.
- Groppo:
Todo investimento em tecnologia é vital. E agora o mercado está aproveitando e oferecendo alguns serviços mais baratos por conta do momento.
Então é hora de aproveitar para fazer as implementações de maneira mais barata até para se preparar para o futuro.
Toda mudança da realidade vai ser acompanhada por uma mudança de mentalidade. Então é importante também mudar o jeito como você olha para o futuro, porque pode haver muito prejuízo e desperdício se você não muda isso logo.
Mudar é factível.
- Pádua:
Tanto a tecnologia é um bom investimento que Pádua percebeu que, mesmo com o distanciamento do pessoal da PKT, a conectividade aumentou.
Segundo ele, a necessidade da execução rápida trazida pelo programa semanow fez com que a conectividade, surpreendentemente, melhorasse, já que a comunicação precisou se desenvolver para que a execução não fosse falha ou inexistente.
Gerir com velocidade, rentabilidade e menos recursos tem sido o desafio. Qual seria o plano para essa transformação?
- Pádua:
Tudo o que é lento custa caro. Tudo que é rápido fica mais barato.
Com processos lentos, perdemos clientes, posicionamento, tração, tudo!
Então, velocidade é a alma do negócio hoje.
Mas é claro que existe uma equação complicada de fechar.
Se eu tenho que realizar as coisas com velocidade, eu preciso de caixa. Com isso, você vai entrar na seara das escolhas: eu vou fazer escolhas menores que podem ser executadas rapidamente ou vou fazer escolhas grandes e demorar muito para executá-las?
Na opinião de Pádua, as escolhas terão que ser de execução rápida e com visão de futuro.
- Mulla:
Velocidade com qualidade nas ações é fundamental.
A verdade é que só agora percebemos a quantidade de processos que poderiam ser automatizados para que humanos se concentrem apenas em tarefas que envolvem criação e inteligência.
- Raul:
Se o empresário não tiver uma visão clara do momento e da maneira com que vai se posicionar, tudo se perde no meio do caminho.
Transformar as ações em ações menores e factíveis é o caminho, já que é melhor andar devagar na direção certa do que correr na errada.
Conclusão
Conforme tudo o que foi dito, a chave agora é velocidade.
O empresário da pequena e média empresa deve focar em resolver problemas de maneira rápida, ainda que o planejamento não seja tão estruturado.
A reconstrução do negócio pode começar com passos mais curtos, mas mais assertivos e seguros.
Com isso, nos despedimos e esperamos que o conteúdo desta live tenha feito a diferença na sua gestão.
Temos nove pequenas empresas, e aumentando cada vez mais o atendimento para pessoa fisica, em processos previdenciarios. Foi ótimo ler e ouvir o Futuro 4.0 , porque temos sempre o que melhorar em nossa prestação de serviços. Ah !! Desde ano passado, tomei a mesma decisão do José do Egito, onde faço uma reserva de 1/5 de toda entrada no escritório. Graças a Deus não tive necessidade de mexer com a reserva e temos dois clientes com a mensalidade atrasada nesse periodo da pandemia, que em breve, conseguirá nos acertar. É muito bom acompanhar os vencedores.